A forma como lidamos com crianças e adolescentes reflete a construção da nossa sociedade. Por isso, volto a falar dos falsos diagnósticos de puberdade precoce – acontecendo em famílias que, ao buscar orientação médica, se deparam com indicações irresponsáveis de bloqueio hormonal. Interferir no desenvolvimento de uma menina sem indicação fisiológica é agressivo e perigoso. No caso da menarca (1ª menstruação), considera-se saudável acontecer a partir dos 8 anos – querendo a família ou não. Interromper arbitrariamente esse funcionamento natural é um atentado à relação da menina com seu corpo e ao olhar dela sobre o feminino. É uma mensagem negativa de que menstruação é uma maldição, atacando o próprio SER mulher e a forma como enxergamos o útero e a ciclicidade que ele traz. Esse recado a gente carregou por anos, e a nova geração pode levar pra sempre. A Ginecologia Natural tem ferramentas para ajudar mulheres mães a se conectarem com elas mesmas, para depois buscarem verdades a respeito de suas filhas. Vaporizar útero, observar ciclo, desenvolver contato profundo com sua essência, porque maternar é deparar com as nossas próprias sombras, memórias, frustrações; modificando o olhar, abrindo espaço para uma nova consciência. Quem busca mais diálogo sobre isso pode aproveitar a @yonidaspretinhas , que teve a preocupação de falar especificamente para jovens meninas e suas cuidadoras. Neste ano, fizemos um trabalho inspirador voltado à menarca como uma travessia de mãe para filha, e, se tiver interessadas, podemos fazer outro para conversar sobre esse momento tão potente, que assusta mesmo antes de acontecer e carrega marcas profundas. Também indico o livro Seu Sangue é Ouro (@alotus22), de Laura Owen, que fala sobre corpos que sangram em uma sociedade patriarcal, e A Menina que Virou Lua, da Morena Cardoso. Talvez essas meninas estejam nos convidando a fazer esse movimento, trazendo um novo, positivo e amoroso olhar sobre o sagrado feminino, para que crescer não seja mais uma ameaça. 📺 Mais informações no meu IGTV 😉